Por Drica Reis
A Comunicação Consciente é um processo que busca a forma autêntica de expressarmos sentimentos, necessidades e limites para gerarmos entendimento e conexão. Por que consciente? Porque, dependendo como nos expressamos, a nossa fala pode ser tornar violenta e disfuncional.
Isto acontece geralmente quando não temos consciência de nós mesmos. Por isso, conhecer como está nosso campo interior é essencial para sabermos o que precisa ser comunicado.
Além disso, o analfabetismo emocional: negação das nossas emoções, também prejudica a forma como nos comunicamos. Sendo assim, repetir padrões de comunicação como estes não contribui para que nossas relações se tornem melhores, tanto a relação com a gente mesmo, quanto com o outro.
Esta falta de consciência sobre o outro e os seus contextos pode impactar negativamente a nossa fala, sendo fundamental cultivar a responsabilidade afetiva. Como? Observando o impacto do que falamos para ir ajustando o discurso e gerando conexão ao invés de desconexão, principalmente tendo empatia com a bagagem emocional. Portanto, ter consciência de nós mesmos e do outro são os pré-requisitos para uma comunicação mais consciente.
Segundo a linguista Viviane Araújo, estudiosa deste assunto e fundadora do Instituto TeApoio, por meio de vivências e pesquisas chegou à seguinte conclusão: o que adiantaria dar cursos dizendo quais são os passos para se comunicar melhor se, nos momentos de conflitos ou crises, a pessoa vai acessar e usar tudo aquilo que aprendeu na infância, sua bagagem interna e suas feridas, especialmente quando as emoções estão mais intensas. A partir deste entendimento, antes de aplicar técnicas para uma boa comunicação, ela colocou em prática a atividade da Árvore Relacional, dando início ao processo de Comunicação Consciente.
Esta atividade foi inspirada numa prática desenvolvida pela africana Nicazelo Nicubi, usada para que as crianças em situação de vulnerabilidade, pertencentes a uma ONG da qual fazia parte, pudessem se expressar melhor, entrar em contato com suas habilidades e falar sobre si através do desenho de uma árvore.
Viviane Araújo aprofundou esta atividade e chamou de Árvore Relacional, acrescentando a base teórica da biografia humana, onde é feita uma imersão em nossa própria história para identificar padrões aprendidos que continuam sendo replicados. Evidenciando também aspectos que influenciam os sentimentos e o nosso discurso. Como diz Laura Gutman: “Quando olhamos a totalidade de uma trama podemos compreender a atualidade”, autora do livro: O que aconteceu na nossa infância e o que fizemos com isso?
A atividade acontece da seguinte forma: o participante desenha uma árvore e, para cada parte da árvore, o mediador traz perguntas potentes para refletir e escrever, registrando e resgatando memórias. São perguntas que nos levam a entender como o discurso da nossa família, educadores ou cuidadores, unidos às nossas ações diante disso, foram fazendo ser quem somos: resultados de experiências coletivas e da educação que recebemos. Desde as raízes que representam o entendimento que temos de onde viemos, dos padrões relacionais que levamos no percurso da vida, até as semente e frutos que são representados pela escolha do nosso tipo de comunicação para o mundo.
Depois deste processo de autoexame e escrita, são aprendidas técnicas e ferramentas a serem aplicadas no dia a dia, como a escuta ativa empática e o método da Comunicação Não Violenta, desenvolvido pelo psicólogo Marshall Rosemberg.
O processo da Comunicação Consciente aplicado aos profissionais da educação é de grande valia, sendo que quando voltamos este olhar sobre nossos próprios padrões relacionais, o olhar para o outro e para o que ele precisa também muda, pois sabemos que todo comportamento inadequado traz com ele necessidades não atendidas.
Como educadores, transmitir conhecimento, orientar e resolver conflitos, saindo do modo automático de defesa ou ataque e quebrando ciclos de violência, por meio de uma comunicação empática e uma escuta ativa, torna o aprendizado mais efetivo e consequentemente um ambiente mais conectado, onde vínculos são essenciais para o crescimento intelectual e socioemocional do aluno. Diferentemente de ambientes onde o medo, a culpa e a vergonha são os mecanismos para se conseguir respeito e atenção.
Crianças que tem este apoio do adulto consciente, o qual possibilita espaço para ela questionar e se expressar, desenvolvem melhor a sua comunicação.
Portanto, conscientizar estes profissionais quanto ao impacto e responsabilidade de sua comunicação sobre o outro e nos processos de aprendizado abrirão novos horizontes, permitindo relações mais empáticas, saudáveis e consequentemente maior sucesso nos projetos.
Fontes: ARAÚJO, Viviane. Curso Comunicação Consciente. Instituto TeApoio. Rio de Janeiro, 2020. GUTMAN, Laura. O que aconteceu na nossa infância e o que fizemos com isso. Tradução: Mariana Corullón. Rio de Janeiro: Best Seller, 2020. B. ROSEMBERG, Marshall. Comunicação Não Violenta: Técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. Tradução: Mário Vilela. São Paulo: Ágora, 2006. FABER, Adele e MAZLISH, Elaine. Como falar para o seu filho ouvir e como ouvir para o seu filho falar. Tradução: Adri Dayan, Dina Azrak, Elizabeth C. Wajnryt. São Paulo: Summus, 2003.
A Comunicação Consciente é um processo que busca a forma autêntica de expressarmos sentimentos, necessidades e limites para gerarmos entendimento e conexão. Por que consciente? Porque, dependendo como nos expressamos, a nossa fala pode ser tornar violenta e disfuncional.
Isto acontece geralmente quando não temos consciência de nós mesmos. Por isso, conhecer como está nosso campo interior é essencial para sabermos o que precisa ser comunicado.
Além disso, o analfabetismo emocional: negação das nossas emoções, também prejudica a forma como nos comunicamos. Sendo assim, repetir padrões de comunicação como estes não contribui para que nossas relações se tornem melhores, tanto a relação com a gente mesmo, quanto com o outro.
Esta falta de consciência sobre o outro e os seus contextos pode impactar negativamente a nossa fala, sendo fundamental cultivar a responsabilidade afetiva. Como? Observando o impacto do que falamos para ir ajustando o discurso e gerando conexão ao invés de desconexão, principalmente tendo empatia com a bagagem emocional. Portanto, ter consciência de nós mesmos e do outro são os pré-requisitos para uma comunicação mais consciente.
Segundo a linguista Viviane Araújo, estudiosa deste assunto e fundadora do Instituto TeApoio, por meio de vivências e pesquisas chegou à seguinte conclusão: o que adiantaria dar cursos dizendo quais são os passos para se comunicar melhor se, nos momentos de conflitos ou crises, a pessoa vai acessar e usar tudo aquilo que aprendeu na infância, sua bagagem interna e suas feridas, especialmente quando as emoções estão mais intensas. A partir deste entendimento, antes de aplicar técnicas para uma boa comunicação, ela colocou em prática a atividade da Árvore Relacional, dando início ao processo de Comunicação Consciente.
Esta atividade foi inspirada numa prática desenvolvida pela africana Nicazelo Nicubi, usada para que as crianças em situação de vulnerabilidade, pertencentes a uma ONG da qual fazia parte, pudessem se expressar melhor, entrar em contato com suas habilidades e falar sobre si através do desenho de uma árvore.
Viviane Araújo aprofundou esta atividade e chamou de Árvore Relacional, acrescentando a base teórica da biografia humana, onde é feita uma imersão em nossa própria história para identificar padrões aprendidos que continuam sendo replicados. Evidenciando também aspectos que influenciam os sentimentos e o nosso discurso. Como diz Laura Gutman: “Quando olhamos a totalidade de uma trama podemos compreender a atualidade”, autora do livro: O que aconteceu na nossa infância e o que fizemos com isso?
A atividade acontece da seguinte forma: o participante desenha uma árvore e, para cada parte da árvore, o mediador traz perguntas potentes para refletir e escrever, registrando e resgatando memórias. São perguntas que nos levam a entender como o discurso da nossa família, educadores ou cuidadores, unidos às nossas ações diante disso, foram fazendo ser quem somos: resultados de experiências coletivas e da educação que recebemos. Desde as raízes que representam o entendimento que temos de onde viemos, dos padrões relacionais que levamos no percurso da vida, até as semente e frutos que são representados pela escolha do nosso tipo de comunicação para o mundo.
Depois deste processo de autoexame e escrita, são aprendidas técnicas e ferramentas a serem aplicadas no dia a dia, como a escuta ativa empática e o método da Comunicação Não Violenta, desenvolvido pelo psicólogo Marshall Rosemberg.
O processo da Comunicação Consciente aplicado aos profissionais da educação é de grande valia, sendo que quando voltamos este olhar sobre nossos próprios padrões relacionais, o olhar para o outro e para o que ele precisa também muda, pois sabemos que todo comportamento inadequado traz com ele necessidades não atendidas.
Como educadores, transmitir conhecimento, orientar e resolver conflitos, saindo do modo automático de defesa ou ataque e quebrando ciclos de violência, por meio de uma comunicação empática e uma escuta ativa, torna o aprendizado mais efetivo e consequentemente um ambiente mais conectado, onde vínculos são essenciais para o crescimento intelectual e socioemocional do aluno. Diferentemente de ambientes onde o medo, a culpa e a vergonha são os mecanismos para se conseguir respeito e atenção.
Crianças que tem este apoio do adulto consciente, o qual possibilita espaço para ela questionar e se expressar, desenvolvem melhor a sua comunicação.
Portanto, conscientizar estes profissionais quanto ao impacto e responsabilidade de sua comunicação sobre o outro e nos processos de aprendizado abrirão novos horizontes, permitindo relações mais empáticas, saudáveis e consequentemente maior sucesso nos projetos.
Fontes: ARAÚJO, Viviane. Curso Comunicação Consciente. Instituto TeApoio. Rio de Janeiro, 2020. GUTMAN, Laura. O que aconteceu na nossa infância e o que fizemos com isso. Tradução: Mariana Corullón. Rio de Janeiro: Best Seller, 2020. B. ROSEMBERG, Marshall. Comunicação Não Violenta: Técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. Tradução: Mário Vilela. São Paulo: Ágora, 2006. FABER, Adele e MAZLISH, Elaine. Como falar para o seu filho ouvir e como ouvir para o seu filho falar. Tradução: Adri Dayan, Dina Azrak, Elizabeth C. Wajnryt. São Paulo: Summus, 2003.